No Deserto da Memória: Uma Reflexão com a Parashá Devarim
A Parashá Devarim, marcando o início do Livro de Deuteronômio, nos transporta para um momento singular na jornada dos israelitas. Moisés, profeta e líder, está às vésperas de sua morte e profere um extenso discurso no deserto de Moab. Suas palavras ecoam através dos séculos, servindo como um poderoso lembrete do passado, uma encorajadora preparação para o futuro e um atemporal guia para a vida.
Devarim significa “palavras” em hebraico, e a parashá é repleta delas. Moisés revisita os 40 anos de peregrinação pelo deserto, relembrando tanto as vitórias triunfantes quanto as lutas árduas. Ele fala da libertação do Egito, a entrega dos Dez Mandamentos e os pecados cometidos que os atrasaram na terra prometida.
Ao revisitar o passado, a parashá não é apenas um exercício de nostalgia. É um chamado para aprender com os erros e acertos, para carregar as lições do deserto como uma bagagem preciosa. Diante da imensidão do deserto, os israelitas enfrentaram dúvidas, medo e a tentação de idolatria. Moisés os adverte para que não repitam esses erros ao entrarem na terra de Canaã.
Mas Devarim não é apenas sobre o passado. É também um olhar esperançoso para o futuro. Moisés encoraja a nova geração a abraçar a terra prometida com coragem e fé. Ele lhes transmite as leis e ensinamentos divinos que servirão como alicerce de sua nova vida. A travessia do deserto, com todas as suas dificuldades, os preparou para enfrentar os desafios que viriam.
Ao lermos a Parashá Devarim, somos convidados a refletir sobre nossa própria jornada. Todos nós atravessamos nossos desertos pessoais, tempos de provação e incerteza. A parashá nos ensina a valorizar a memória, a aprender com o passado e a enfrentar o futuro com coragem e esperança. As palavras de Moisés, ecoando através dos séculos, servem como um guia para navegar pelos desertos da vida, tanto físicos quanto metafóricos, e emergirmos mais fortes e resilientes do outro lado.
Deserto da Comédia: Uma Paródia Leve da Parashá Devarim
No deserto quente e arenoso, Moisés, o líder com cara de poucos amigos, reúne a galera para um sermão épico. “Quarenta anos vocês me aturaram!”, ele começa, com a voz grave ecoando pelas dunas. “Virei babá de vocês, mapa GPS, tradutor de D’us e até cozinheiro de ocasião.”
A turma, composta por Moisés, Aarão, Miriam e uma multidão de reclamões, escuta com cara de tédio. “Vocês reclamaram da água, da comida, da falta de sombra, da música chata do Miriam… Caramba, até do Maná vocês reclamaram!”, Moisés continua, gesticulando com os braços. “E o que eu fiz? Abri o Mar Vermelho, negociei com D’us, aguentei as birras de vocês e ainda tive que dar bronca no Aarão por pegar o ouro emprestado!”
A galera começa a rir, meio sem jeito. Moisés, com um sorriso irônico, levanta um dedo. “Mas atenção, povo ingrato! Vocês estão prestes a entrar na Terra Prometida. Chega de deserto, chega de Maná, chega de Moisés como babá. Agora é por conta própria!”
Murmúrios de apreensão percorrem a multidão. “Mas Moisés, e se a gente se perder?”, pergunta uma voz tímida. “E se a comida for ruim?”, questiona outra. “E se Deus ficar bravo de novo?”, completa uma terceira.
Moisés solta uma gargalhada estrondosa. “Calma, galera! Vocês têm as leis de Deus, a sabedoria de Aarão e a força de Miriam. E eu? Bom, eu vou tirar umas férias bem merecidas no Monte Nebo. Mas antes disso, vou dar uns conselhos finais.”
Moisés então recita uma lista de regras engraçadas: “Nada de idolatria, nada de roubar, nada de fofocar… E o mais importante: nada de reclamar da comida! Vocês já comeram Maná por 40 anos, o que mais vocês querem?”
A multidão cai na gargalhada, finalmente relaxando e se divertindo. Moisés, com um sorriso satisfeito, desce do pódio e se junta à galera para um churrasco improvisado. Afinal, até no deserto, a vida precisa ter um toque de humor!
Lembre-se:
- Este texto é uma paródia leve e humorística da Parashá Devarim, e não deve ser interpretado como uma análise teológica profunda.
- O objetivo é trazer um pouco de leveza e humor para um tema importante da tradição judaica.
- É importante sempre tratar os textos religiosos com respeito, mesmo quando explorados de forma humorística.
( Marcelo Barzilai )
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